domingo, 8 de abril de 2018

Dia 26 - 31/12/2017 - De Sajama a algum lugar no meio do deserto na Bolívia



Vigésimo sexto dia.
31/12/2017 - De Sajama a algum lugar no meio do deserto na Bolívia
A noite não foi das mais tranquilas, durante a noite tive que levantar para mudar a barraca de lugar. Onde eu tinha montando ela o chão estava muito quente, mesmo com o colchão inflável ainda ficava quente demais, pelo menos uns 60 graus estava o chão. Vi que se apenas mudasse um metro para o lado já ficaria mais frio o chão e fiz isso, mas quando fui la fora ver o chão estava mais frio por conta de que lá fora estava frio e esfriava a camada externa do solo e depois de uma meia hora de eu trocar a barraca de lugar o chão já estava quente novamente, aí desisti e tentei dormir assim mesmo. Foi uma noite mal dormida.
Pela manhã peguei as roupas que tinha deixado de molho no córrego e coloquei pra secar, também coloquei i saco de dormir pra secar, pois o calor do chão fez suar e molhou por baixo, a barraca também estava encharcada por conta dos vapores e tive que estender o sobreteto para que secasse. Enquanto fazia estas coisas deixei uma sardinha esquentando no gêiser para o café da manhã. Fiz a barba no gêiser também.
Quando terminava de montar as coisas na moto as roupas já tinham dado uma boa secada e as que precisavam secar amarrei sobre o baú junto com os tênis. Saí de lá e fui para as termas, distante uns 10 km, mas no caminho tinha um rio que a moto não passava e tive que passar por uma ponte feita com uns 4 paus paralelos e podres, arrisquei e passei, mas foi tenso. Deixei a moto no estacionamento e as roupas estendidas pelas moitas de capim e fui tomar meu banho nas aguas termais a 35 graus. O governo fez duas piscinas, um restaurante e um vestiário para os turistas. Bem legal o lugar e a água uma delícia. Fiquei lá quase uma hora, tempo da maioria das roupas secarem, ficou só a calça jeans e os tênis para terminar de secar sobre o baú. De lá fui terminar de fazer a estrada que contorna o nevado Sajama, ao todo dá 100 km para dar a volta nele, sendo uns 80 de estrada de chão que varia entre areia, pedras com areia e outras partes com muitas costelas de vaca que fazem o passeio virar uma tortura, mas vale a pena.






Almocei um charquitan, charque frito e desfiado com um milho típico cozido, ovo cosido com casca e camote, um tipo de batata, em um restaurante na beira da estrada e voltei pra Tambo Quemado, para pegar a estrada que me levaria Pisiga pelo Circuito do rio Lauca, é uma estrada que passa por algumas atrações, como Chullpas, formações rochosas, entre outras coisas. É uma variação de estradas mais ou menos e estradas ruins, sendo areia, costelas de vaca  e chão com pedras e em muitas partes há desvios para o deserto onde se anda na areia com mais conforto. O Rio Lauca quando cheguei achei que não conseguiria passar, tamanha era sua largura, deixei a moto, levantei as calças e fui pesquisar onde era o melhor lugar pra passar e ví que era possível, voltar uns 100 km de estradas ruins não era opção.








Passando o rio fui visitar as Chullpas Policromas, eram sepulcros de chefes Inkas, inclusive em uma delas ainda havia uma caveira. Estas Chullpas são diferentes das outras por serem coloridas, pigmentos foram adicionados na argila e nas faces figuras podem ser vistas. Estas ruinas datam de entre 1470 e 1530.
Para acampar encontrei um local de onde era tirado o saibro para a estrada e lá protegido do vento montei a barraca. Era visível da estrada, mas como neste dia não passei por ninguém na estrada não faria diferença nenhuma, poderia acampar no meio da estrada se quisesse. Ali seria minha passagem de ano.

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