Décimo oitavo dia
22/12/2017 de La Paz a El Alto
Saí do hotel perto das 11 da manhã e
subi para El Alto e então ir para o Cerro Chacaltaya. No ano anterior a avenida
que leva ao cerro estava toda em obras, cheia de buracos e desvios e este ano
estava terminada, se vê progresso de um ano para o outro em El Alto. Saindo da
cidade mais um dos tantos cachorros que correm atrás da moto veio atrás de mim,
eu sempre olho pra ele para ver para onde ele esta olhando, geralmente eles
fixam o olhar na roda dianteira, mas este estava olhando para a minha perna,
esperei ele chegar mais perto pra quando ele desse o bote eu chutar e foi o que
fiz, mas ele foi rápido, quando chutei ele também conseguiu pegar na minha
perna, fez apenas uns arranhões superficiais, só pele, sem sair sangue e um
rasgo na calça.
Depois do cachorro continuei pelas
estradas de chão com enormes poças dágua e buracos até ter que parar em função
de uma diarreia que iniciara na noite anterior e quando fui pegar o papel
higiênico vi que tinha perdido as duas câmaras de ar que tinha comprado,
comprei duas porque estava barato, agora ficou caro.
Fui subindo até onde a moto tinha
motor, 4600 metros de altitude, troquei a coroa e continuei a subida toda em
primeira marcha e as vezes ajudando um pouco com o pé.
Cheguei no topo eram
umas 2 horas da tarde. Fui subir até o cume do cerro, era um objetivo meu, eram
quase 200 metros de desnível e a subida foi feita em várias etapas para
descanso, pois subir morro acimas dos 5000 metros não é fácil. Cheguei no cume
e vi que ele não era o ponto mais alto e sim outro que ficava atrás dele e
resolvi ir lá, já estava perto mesmo. Foi mais uma caminhada em etapas até
chegar nos 5435 metros de altitude, como indicava uma inscrição em uma pedra
lá. O tempo que já não estava bom fechou um pouco mais e um raio caiu perto e
eu saí de lá rapidinho, voltei para o primeiro pico, coloquei meus adesivos em
dois postes e desci o morro. Pra descer a gente não cansa nada, mas pra
subir... Chegando onde estava a moto,
sentei num banco e fiquei pensando no que fazer. O tempo foi limpando e o
Nevado Huayna Potosi apareceu completamente, assim como as outras montanhas ao
norte, enquanto ao sul uma tempestade fechava a visão dos outros picos nevados.
Subindo o Cerro Chacaltaya
Estão começando uma mineração lá no
cerro agora e alguns dos mineiros estão utilizando a casinha da Coca-Cola como
cozinha e o antigo hotel como alojamento. Fui perguntar para um dos mineiros
que lá estava se eu poderia acampar dentro da pirâmide e ele falou que não
sabia, que tinha que perguntar para o dono, mas o dono não estava ali. Como
ficou naquele chove e não molha, fui lá e montei a barraca, o máximo que pode
acontecer e aparecer alguém e me mandar sair de lá. Deixei também as câmeras
fazendo um time-lapse do Huayna Potosí e do pôr do sol e fiquei apreciando o
pôr do sol.
A barraca está montada dentro da pirâmide
Quando fui pra dentro da barraca
fazia -2 graus, mas a noite não foi muito mais fria fazendo -4 graus.
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