terça-feira, 7 de março de 2017

39º dia de Cotoca a Miranda 780 km

39º dia
Dia 14 de janeiro de 2017
Trajeto do dia

Saí de Cotoca ao amanhecer, segui pela rodovia I4 que me levaria até o Brasil. Esta rodovia estava em ótimas condições e como eu queria passar na casa de dois amigos antes de chegar em casa resolvi acelerar tudo que dava, andava entre 100 e 115 km/h, e segui assim até umas 15 horas sob um calor perto de 40º C, onde até as folhas das bananeiras estavam murchas.
Pelo meio dia eu parei em uma cidadezinha para almoçar e não achei o "almuerzo familiar" e me obriguei a comer o que tinha era uma sopa de porco, com várias partes como joelho e outras partes muito gordurosas das quais eu comi só uns pedacinhos de carne que tinha grudados na gordura. O que me salvou foi o milho, daqueles estranhos que tem lá e um pouquinho de batata e água gordurosa da sopa.
Continuei pela rodovia e em um dos postos de pedágio, que moto não paga, ao reduzir para passar uma lombada e retomar a aceleração ouvi o motor bater biela, já me veio na cabeça que ia ter que fazer o motor novamente, na viagem anterior começou a bater biela porque algumas vezes eu deixei baixar o óleo nos 3 anos que ela estava comigo. Também pensei que poderia ser em função do calor excessivo e a dilatação das peças, para saber se era isso eu comecei a andar entre 80 e 90 km/h e depois de uma hora eu parei a moto e acelerei com a primeira engatada e segurando o freio para ver se batia a biela, não bateu, ufahhh. Mais tranquilo segui até o calor diminuir andando até 90 km/h. Neste trecho de Santa Cruz até o Brasil tem trecho grande sem posto e algumas vezes abasteci comprando gasolina na rua em galões. Em uma dessas abastecidas a gasolina que foi colocada em uma pet e no fundo tinha uns 5 cm de material depositado, tive que jogar fora um litro de gasolina.
Em uma das cidades que a estrada corta eu passei uma chinezinha 150, tipo CG, a uns 100 km/h e o piloto não deve ter gostado e quis me ultrapassar, veio uns quilômetros no meu vácuo, colocando ao lado as vezes e não conseguia ultrapassar, já no fim da vila eu dei seta e ia diminuindo a velocidade e indo para o acostamento, ia parar em um posto, quando senti uma batida no baú esquerdo. O cara deveria estar distraído e não viu que eu ia parar e bateu o mata cachorro no baú, por sorte ele e eu não caímos, o baú ficou com a marca de onde ele acertou. Arrancou a tinta e massa.
Neste posto abasteci a preço de boliviano e segui até Puerto Quijarro, onde tentei abastecer novamente, mas o posto estava sem sistema e não pude abastecer. Fui até a imigração e aduana, dei saída na Bolívia e finalmente estava no Brasil depois de 39 dias.


Eram umas 18 horas quando entrei na BR 262, uma rodovia bonita que cruza o pantanal e boa parte dela é elevada sobra as áreas alagadas do pantanal e por isso um lugar para acampar era difícil de achar, já perto da noite a estrada começou a passar por lugares secos e cruzar pastagens e lavouras, segui até uns 70 km antes de Miranda, onde acampei em uma escavação ao lado de uma plantação de cana em pleno pantanal. Foi complicado dormir naquele calorão e não poder deixar a barraca aberto pela quantidade de mosquitos que tinha do lado de fora.


Quilometragem do dia: 780 km
Quilometragem acumulada: 14.140 km

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