sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

32º dia de Cerro Azul a Huancayo 370 km

32º dia
Dia 07 de janeiro de 2017

 
Saí ao amanhecer e logo estava no vale do rio Cañete, após passar a última cidade antes de começar a subir a cordilheira a pista é simples e asfaltada, não passando de 3 metros em alguns lugares, ela segue o curso do rio e troca de margens de tempos em tempos. O rio tem águas transparentes e uma tonalidade entre o verde e o azul. Ao longo do vale é possível ver várias plantações frutíferas, são maças, mangas, uvas, entre outros. São 150 km de asfalto e pista simples até chegar a estrada que leva à Laraos. Laraos é uma vila em meio a duas montanhas que ainda hoje utiliza os andenes feitos pelos incas, acredito que este deve ser um dos lugares com o maior numero de andenes que se pode observar em um só lugar, são milhares deles que sobem uns 500 metros montanha acima e a maioria ainda é utilizado pelos moradores da cidade para as mais diversas culturas de vegetais. A cidade tem ruas estreitas e as casas são feitas de pedras unidas com argila, apesar de serem parecidas com casas incas elas foram construídas pelos habitantes locais, os incas não habitavam este local, era apenas utilizado para cultivo.












 
Após a visita à Laraos segui para Huancaya, uma cidade pequenas por onde o rio Cañete passa e forma várias pequenas cascatas devido a deposição de minerais sobre as pedras represando água e formando degraus. Almocei em um restaurante estilo colonial que não vendia o menu e sim pratos a la carte, mas convencia a mulher a me fazer algo parecido e ainda num preço bom de R$8,00. Após o almoço segui subindo o rio pela estrada que o acompanha, dela pude ver várias lindas lagoas azul turquesa. Segui até achar que eu estava indo no caminho errado e uma chuvinha já caia. Olhei no mapa e percebi que eu teria que ter voltado e pegado outra estradinha logo após Laraos. Como eu tinha mudado o meu roteiro no dia anterior acabei me confundindo e rodei 15 km no sentido errado. Voltei e peguei o caminho certo que me levaria até o Cânion Uchco, ainda sob chuva e um frio que só aumentava. O cânion é impressionante, as águas que por lá correram cortaram em mais de 100 metros um bloco de pedra, o rio tem uma largura de uns 8 metros em seu ponto mais estreito, onde a estrada foi cortada na rocha e acompanha o rio. Na garganta do cânion as montanhas sobre quase que verticalmente mais de 500 metros. 

 Cânion Uchco

 Cachoeiras de Huancaya

abaixo fotos do Rio Cañete





 Portal de Huancaya

Abaixo fotos do Rio Cañete



 Abaixo fotos do Cânion Uchco


 
Passado o cânion continuei subindo a cordilheira por um asfalto que estava em obras em alguns pontos e nestes faltando era de barro. Chegando quase no alto da cordilheira começou a nevar, segui então com cuidado e a neve foi aumentando, via nos carros que vinham no sentido contrário um acumulo de neve neles o que significaria que a nevasca estava forte a frente, cheguei a pensar que a estrada poderia fechar em função da neve e eu ter que voltar, mas enquanto tinha gente vindo era porque estava aberta. O frio que sentia até diminuiu durante o tempo que a neve caiu, talvez pela emoção que sentia que desviou minha atenção para outras coisas além do frio. 






Pra mim a parte mais legal da viagem é andar na neve e tudo conspirava a meu favor neste sentido, a neve aumentou a ponto de eu não enxergar a 100 metros na minha frente. Andei quase uma hora na neve, passei por uns pastores de llhamas com elas cobertas de neve sendo recolhidas em um cercado e depois a neve parou, eram 17:30 horas já e eu estava na montanha ainda. Olhei no GPS e Huancayo ficava a 60 km de onde estava, decidi então tocar até a cidade e ficar em um hotel para tomar um banho quente. Anoiteceu quando eu estava a uns 20 km da cidade. Segui com todo cuidado, pois em muitas cidades vi que o pessoal rouba as tampas de boieros que ficam no meio da rua e também tinha a possibilidade de pedras e animais na rua.
Na cidade achei um hotel com garagem por R$20,00, mas para minha ingrata surpresa a água do chuveiro estava fria, era usado aquecedor solar e como no verão a tarde sempre chove a água não esquenta, tomei um banho de gato e fui dormir.
Quilometragem do dia: 370 km
Quilometragem acumulada: 10.420 km

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