quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

30º dia de Recuay a Chavin de Huantar 145 km

30º dia
Dia 05 de janeiro de 2017
Trajeto do dia

Saí cedo para poder aproveitar ao máximo o tempo sem chuva. Depois de 20 km deixei o asfalto para para seguir por uma estrada de chão em boas condições e depois de uma hora eu estava na portaria do parque nacional Huascaran, paguei R$10,00 pela entrada e continuei. Ao lado da estrada vi umas casinhas com teto de palha em formato circular, como as várias ruínas que existem em vários lugares nas cordilheiras, realmente aquelas pessoas vivem como seus ancestrais. No caminho para o glaciar Pastoruri parei para ver umas pinturas rupestres feitas em uma lage de rocha que brota da terra, as pinturas são de pessoas e animais. Em mais uma hora eu estava no estacionamento do parque e iniciei a caminhada de 2,5 km até o glaciar.
 Vivendo como a milhares de anos atrás

 Pinturas rupestres



 Como cheguei lá cedo, 8:45 da manhã, fui o primeiro a subir. Ao longo da calçada existem placas indicando onde o glaciar estava anos atrás e é possível ver como ele recuou em função do aquecimento global. Em 1980 ele era uma das pistas de esqui mais altas do mundo e fervia de turistas com seus esquis e pranchas de snowboard, com o tempo o gelo foi diminuindo e o turismo no local diminuiu e o foco então mudou. O turismo passou a ser de estudantes e amantes da natureza quem vão até o local para apreciar sua beleza, ficando os esportes impraticáveis no local. Levei uma hora para chegar ao glaciar, a subida tem um desnível de 200 metros e chega a 5020 metros de altitude, por eu estar a vários dias em altitude não sofri tanto, mas também não foi fácil chegar até lá, foram várias paradas para tomar fôlego. Como não tinha ninguém, nem os guarda-parque eu pude passar as cordas que restringem o acesso até o gelo e cheguei bem perto para ver as cavernas criadas pelo degelo. Sentei na margem do lago e fiquei apreciando a paisagem por um tempo e esperando as nuvens sair da frente do sol para eu poder fotografar o icebergs no lago.Na saída do lago existem uma rochas com fosseis de vegetais de milhões de anos, tinha também uma placa indicando pegadas de dinossauros, procurei as pegadas mas não achei. Durante a descida subiam turistas com cavalos que podem ser alugados a R$15,00 cada, subiam também a pé e ofegantes os menos "endinheirados".

Abaixo uma sequência de fotos do Glaciar Pastoruri















Voltei para a moto e segui então para Chavin de Huantar. A estrada logo após o glaciar é fantástica, ela passa ao lado de montanhas nevadas e vales verdejantes por conta de ser a época de chuvas na região. A altitude de mais de 4.000 metros crescem apenas um tipo de capim fino e duro e alguns tipos de musgo. Parei para fotografar um vale e pude observar uma tropa de cavalos, uns 20, correndo livre em uma montanha, provavelmente cavalos selvagens. Seguindo passei por um lugar que é impossível descrever com perfeição a beleza, era um vale com formações rochosas muito bonitas, o vale era um misto de verde a amarelo da vegetação e o sol que batia nas plantas deixava o que já era belo muito mais bonito. Depois de muitas paradas para fotos cheguei à ruta 3N. 

Abaixo uma sequência de fotos do caminho entre o Glaciar Pastoruri e a Ruta 3N















Na ruta tem 2 lugares onde podemos ver pegadas de dinossauros que estão na vertical hoje por conta do levantamento da cordilheira que ocorreu depois da era dos dinossauros. 
 Pegadas de dinossauro.
Segui nela por alguns quilômetros até voltar para uma estrada de chão que leva à Chavin, mas antes passa por uma mina de cobre gigante que está destruindo algumas montanhas lindas, o que eram montanhas de pedra cinza viraram montanhas de rejeitos da mineração. Eram 14 horas quando começou a chover e eu ainda não tinha almoçado, não tinha passado por nenhuma cidade e a próxima seria Chavin que estava a 3 horas de distância. 
No Peru e Bolívia é muito comum quando você pergunta um distância a pessoa responder em tempo, na verdade nunca me responderam em km e a resposta em tempo nunca bateu, geralmente leva muito mais tempo que o indicado.
Depois de muitas subidas e descidas e inúmeras curvas cheguei a Chavin de Huantar, meu objetivo nesta cidade era visitar o sítio arqueológico de Chavin de Huantar que é da cultura Chavin construído entre 1500 e 300 a.C.. Parei em restaurante e perguntei se sabiam até que horas estaria aberto o sítio, pois geralmente fecham as 17 horas, a moça não sabia, como faltava 5 minutos para as 17 horas e eu não chegaria a tempo lá, pedi um "menu" e após comer fui até o sítio, lá vi que fechava as 17 horas. 
Eu não poderia ficar ali e esperar até o outro dia as 9 da manhã para fazer a visita, então triste por não poder visitar resolvi seguir viagem. Abasteci e fui seguindo pela estrada quando vi uma terma pública na saída da cidade. Eu já estava precisando de um banho então resolvi parar e aproveitar a oportunidade. Depois do banho segui pela estrada que estava em obras, parte tinha asfalto e parte sem, no inicio da subida de uma montanha eu vi um caminho que saia da estrada pra uma encosta, entrei e achei um lugar que seria bom para acampar, estava a 3.500 metros e com garoa. Montei a barraca lá e logo escureceu.

Quilometragem do dia: 145 km
Quilometragem acumulada: 9480 km

Nenhum comentário:

Postar um comentário