quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

24° dia Campo Grande-MS a Guaramirim-SC 1189km


         Comecei este dia sabendo que dormiria em casa, é uma grande jornada quase 1200km em um dia mas a vontade de chegar em casa é maior, saindo as 8:00 eu pretendia chegar em casa lá pelas 2:00 da manhã. Mas na divisa MS/SP pouco antes de chegar no rio Paraná a correia arrebentou, com 24366km rodados, o manual recomenda a troca com 24000km. Bem calculado.
          Debaixo de um sol escaldante as 13:00 horas empurrei a moto por 1km até a PRF e lá o policial me emprestou sua caixa de chaves para eu ver se conseguia retirar o variador e a embreagem, mas não consegui. Então pedi para o policial chamar alguma oficina para buscar  a moto e fazer a troca, meia hora depois chegou o mecânico e voltamos a Bataguassu, onde está localizada a oficina dele.

      A troca foi rápida e cara, R$90,00 pela troca da correia que eu tinha levado junto e os 10km de socorro. Feita a troca voltei pra estrada, depois de 2 horas perdidas.

Ponte sobre o Rio Paraná

Segui por SP até a divisa com o PR, Ourinhos, o sol estava se pondo, procurei uma padaria, comprei uns lambiscos e segui em direção a Ponta Grossa onde cheguei a meia noite e abastecendo em um posto encontrei um colega que mora em Guaratuba e estava viajando também. Passei Curitiba e descia serra, cheguei em casa as 4:30, inteiro, ainda podia rodar mais uns 500km, sem sono nem muito cansaço. Tomei um banho e fui pra MINHA CAMA, terminando assim mais esta aventura e já pensando na próxima.

23° dia Cuiabá-MT a Campo Grande-MS 804km


Dia 11 de janeiro de 2015

       Este dia começou as 8:15 e terminou as 20:30, foi só estrada, paradas somente para abastecer e outro self service, desta vez por R$15,00. 


 Pra não deixar de ser diferente dos dias anteriores, muito calor, chuva várias vezes ao dia e muito calor na barraca. O dia terminou com 804km rodados.


22° dia Vilhena-RO a Cuiabá-MT 741km

Dia 10 de janeiro de 2015

          Este dia começou as 7:00 horas, tomei a estrada e logo entrei ni estado do Mato Grosso, e vi que o mato era grosso mesmo em alguns lugares, desde o Acre aqui foi o primeiro lugar onde a selva tomou os dois lados da rodovia, uma selva densa e alta, porém não demorou a aparecer as pastagens e fazendas novamente.


        Parei para almoçar em outra churrascaria, porém hoje a R$17,00, se a cada dia eu pagar R$2,00 a mais isso vai ficar caro, tenho que chegar em casa logo. kkk.
         No anel viário de Cuiabá a estrada está muito ruim, sem buracos mas com muitos recapes que até parecem buracos invertidos. Uns 30km depois achei um lugar para acampar na pista que esta sendo construída ao lado para a duplicação da rodovia, eram 19:30 e eu tinha rodado 741km neste dia.

21° dia Porto Velho-RO a Vilhena-RO 696km


Dia 9 de janeiro de 2015

        Peguei a estrada já passando da 7:30, hoje meu objetivo é acampar no Mato Grosso. Esta região é monótona, fazendas e pastagens sem fim, nada pra fotografar. Conforme fui me afastando do Acre a gasolina vai ficando mais barata, pelo jeito até em casa, se continua baixando assim, vai estar de graça. kkk. O clima continua como no Acre, chuvendo várias vezes por dia e um calorão infernal.

 

Parei para almoçar em uma churrascaria, self serviçe por R$15,00 com banho incluso, muito bom nesse calorão. Depois continuei andando até as 19:30, fechei o dia com 696km rodados.


20° dia Brasiléia-AC a Porto Velho-RO 638km


Dia 8 de janeiro de 2015

        Acordei as 6:25 com intenção de dormir depois de Porto Velho, continuei pela BR 317 que está em um pouco melhor que o trecho do dia anterior, o único cuidado é que a cada 15 ou 20 km tem um buraco no meio da pista, daquele que se acertar em cheio entorta o aro e te joga no chão. Logo na primeira cidade parei em uma padaria e comprei um tipo de pão doce muito gosto e barato, foi o meu café da manhã. Depois segui com cuidado até pegar a BR 364 já perto de Rio Branco, ai sim a estrada ficou boa, pude ir curtindo a paisagem sem medo. Perto do meio dia parei em uma churrascaria para almoçar, tinha um sejf service "da hora", comida gostosa e barato, R$13,00. Comi até a barriga ficar dura. 


 Esperando a balsa para cruzar o rio Madeira


       Na vegetação da pra ver uma faixa escura até certa altura, esta faixa foi a marca que ficou com a enchente que deu no ano passado e deixou por mais de 30 dias tudo alagado por aqui. Sobre esta estrada tinha mais de 1,5 metro de água.

 Uma ponte que sobrou da ferrovia Madeira-Mamoré


Tinham bastantes animais mortos pela estrada, mas esta cobra me fez para pra ver.


 Depois de passar por várias chuvas durante o dia, que só faziam refrescar o calor, chegou o entardecer com tempo bom e ótimo pra acampar, parei as 19:00 horas com 638km rodados. Depois de entrar na barraca é que começa o sufoco, fico só de cueca e me encharco de suor, quente demais a noite.

19° dia Marcapata - Peru a Brasiléia - Acre 647km


         Este dia foi só estrada como os próximos até chegar em casa, foram poucas fotos, a cordilheira ficou pra trás, os desertos e sítios arqueológicos.

          As estradas do Peru nesta região estão boas, tem bastante postos de gasolina(Grifos) e muitas lombadas nas vilas as margens da rodovia, pode-se ver também como a Amazônia peruana está conservada, uma pequena faixa as margens da rodovia foi derrubada.
         Passei por várias vilas e em quase todas tem polícia na rua, pra minha sorte não me pararam. Em Porto Maldonado entrei na primeira entrada antes da cidade e cortei por dentro da cidade, já que nas entradas das cidades sempre tem polícia, levei sorte, passei por lá também, agora até o Brasil falta pouco.

Cachoeira no lado peruano, tinham várias nas montanhas

Parei perto do meio dia em um "restaurante" em uma dessas vilas o almoço do dia custava R$6,50, sopa de carne no primeiro prato e no segundo, arros salada e Pacú frito, a surpresa deste almoço foi encontrar um cabelo no fundo do prato de sopa. O que não mata engorda.  kkk
Consegui chegar na aduana sem sem parado, logo economizei U$30,00 com o SOAT. Da próxima vez faço para mais dias, andar com medo não é bom. Cheguei na aduana e fiz a saída da moto e fui para a imigração fazer a minha saída do país, nisso acabou a luz, meia hora de espera num calor infernal até que a luz voltasse, ai mais meia hora e tudo certo, posso ir pra casa. Fui na casa de câmbio/banquinha e troquei os últimos soles por reais e fui tomar um banho, já estava na hora...  E também pra dar uma refrescada.


 A chegada no Brasil sempre é muito bom, agora eu já estou com um pé dentro de casa, faltam só 3900km. Cheguei no primeiro posto que achei e fui abastecer a R$3,60 o litro e continuei pela BR 317, em péssimo estado, andando a 70km/h segui até o fim do dia.


        Faltando meia hora para o sol se por comecei a procurar lugar para acampar e não achava. Parei em uma fazenda as margens da rodovia e perguntei se poderia acampar no pasto ou em qualquer outro lugar, imaginando que nunca alguém ia negar isso, e a dona da fazenda, uma velhinha de uns 70 anos nem saiu de dentro de casa, falou comigo pela janela, olhou para os lados e disse: "Pois é... o meu terrenos é grande, mas ta tudo cheio de mato..." Como não sou de ficar implorando nada pra ninguém só falei: "Beleza!", virei as costas e fui embora, tinha bastante lugar no patio da casa ela, tinha um galpão e o pasto não tinha mato. Já sem sol entrei em uma estrada de barro e depois de uns 500 metros achei um lugar legal onde foi feita uma terraplanagem e ali mesmo acampei, já eram 19:00 horas, neste dia foram 647km rodados.
      Fiquei de cara com a receptividade dos brasileiros, na Argentina acampei, em outra viajem, ao lado da cerca de uma fazenda e o dono veio e me perguntou se eu não queria colocar para o lado de dentro, neguei porque tinha que desmontar tudo, era muita função, voltei a dormir  e depois de uma meia hora o cara me aparece com um prato com pasteis e refrigerante. E a brasileira me nega assim sem vergonha na cara de eu acampar no terreno dela. Decidi não pedir mais se precisasse novamente nesta viajem.