sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Estatísticas e Dicas de viagem

     

         Aqui apresento um resumo da viagem com dados estatísticos e lições aprendidas para que os leitores possam evitar alguns problemas e facilitar algumas situações que possam vir a ocorrer a fase de prepararão da viagem e durante a viagem.


Estatísticas

Kilometragem rodada: 12.938 km
Média de km rodados por dia: 539,1 km
Dias de viagem: 24
Noites acampando: 22
Noites em hotel: 2
Trocas de óleo: 1
Valor gasto em cartão de credito: R$545,58
Valor gasto em espécie: R$1925,00
Gasto total durante a viagem: R$2.470,58
Gasto com hotel: R$35,00
Gasto com comida: R$262,00
Gasto médio diário com comida: R$10,91
Consumo médio: 29,3 km/l
Preço médio da gasolina: R$3,55
Gasto com gasolina: R$1.567,57
Gastos com Seguros: R$56,00
Caixinha para polícia: R$5,50
Entradas nos sítios arqueológicos: R$419,00

Dicas

Acampamento

Como escolher o local:
      A principal preocupação durante a escolha do local é a segurança.  Acampar em camping seria a melhor opção, mas como o orçamento era curto, o jeito era escolher algum lugar que seja seguro quanto a criminosos e alagamentos. Os melhores locais para acampamento são áreas de reflorestamento, praias desertas e pedreiras abandonadas,  na falta destes, um local próximo a rodovia, longe de cidades e que não possa ser visto da rodovia também é uma boa opção. Deve-se tomar cuidado para que o local a ser montada a barraca tenha uma leve inclinação para que em caso de chuva não acumule água por baixo da barraca.
E porque não acampar em postos de gasolina? Primeiro: Quantas vezes vemos gente ser morta a pedrada, facada e até incendiada enquanto dormia na rua das cidades? Várias. Segundo: Não é porque tem gente por perto que você não pode ser assaltado. Terceiro: Caso esteja anoitecendo e você vai pedir para dormir ali e te negam o pedido e o próximo posto esta muito longe, onde você vai acampar?

Montagem:
         Quando não se sabe se vai chover naquela noite, estenda a lona de 4x2 metros e em uma ponta monte a barraca, depois de montada passe a outra ponta por cima da barraca. Se puder amarra a ponta em sua moto você terá uma área na porta da barraca e também terá uma proteção contra o vento. Se conseguir prever de onde vem o vento, monte de forma a deixar a parte de traz da barraca para o lado de onde vem o vento e durma mais no canto da barraca para evitar que o vento arranque os varões que você fincou no chão e vire sua barraca.

E quanto a possíveis animais?
       Em geral na América do Sul não tem muitos animais que possam atacar uma pessoa. A preocupação fica com cobras, aranhas, escorpiões e como eu ia para o Ushuaia e tem avisos de que pode haver ataques de pumas, eu levei um canivete para o caso de algum ataque, é pouco mas eu poderia reagir, quanto aos outros não tem muito o que fazer, apenas ter muito cuidado quando for montar a barraca e quando for desmontar, olhar bem em volta e em caso de ataque manter a calma e procurar ajuda, por isso é interessante nunca se distanciar muito da rodovia.

Seguros

         Para países do Mercosul é obrigatório o seguro contra terceiro Carta Verde, que cobre as despesas com veículos e passageiros ou pedestres envolvidos em acidente com seu veículo. Em países que não fazem parte de Mercosul tem seus próprios seguros.

Chile       seguro SOAPEX, pode ser contratado no site:

Peru   O seguro SOAT, pode ser contratado, se você entrar por Tacna logo depois da aduana no escritório da La Positiva, lá você pode comprar ele por fração de tempo, eu comprei para uma semana, já nos outros escritório que fui em Urubamba e Cusco somente para 30 dias ao custo de U$30,00. Para 7 dias paguei S56,00.
Se você entrar no Peru por Assis Brasil você pode fazer em Porto Maldonado no endereço abaixo:

Em Puerto Maldonado no:
 Milbanco,

Calle Ernesto Rivero 716,

Tambopata

Dado obtido de Blog:

Bolívia   Sempre li que não precisava. Andando por lá fui parado 3 vezes e em nenhuma delas me pediram, então deve ser verdade.
       Se você entrar por Desaguadero, terá que ir até Juliaca para poder fazer o seguro.
Vale salientar que estes seguros valem somente para as pessoas envolvidas no acidente e seus veículos, exceto você.

       Outro seguro será necessário para você e sua moto e pode ser contratado aqui no Brasil mesmo. Dê preferência a seguro saúde que tenha como trazer você para o Brasil em caso de acidente e com uma boa cobertura.


Entrada em atrações turísticas:

Chile

       Caso você ainda seja estudante, como eu, e levar a carteirinha de estudante, terá desconto de 50% na entrada. Pode ser a carteirinha nacional mesmo.

Peru

Se for estudante e levar a carteirinha de estudante internacional, que pode ser obtida pelo site:
Com ela você terá desconto de 50% em Machu Picchu e nos demais sítios você terá o mesmo desconto se tiver menos de 25 anos.

Trânsito

Argentina:  Nas cidades, preferencialmente estacione em cima da calçada caso não tenha lugar demarcado para motos. De resto é como no Brasil mas com algumas coisinhas a menos, como por exemplo os pardais e lombadas eletrônicas, radar só os de mão da polícia nas rutas. Outra coisa boa é que motos não pagam pedágio, sempre tem um local nas praças de pedágio por onde passam as motos, bicicletas e maquinas agrícolas.
      Não posso falar nada de mal dos policiais argentinos porque não dei motivos para eles me importunarem e quando fui parado fui tratado da mesma forma que no Brasil, foi lá que fiz o primeiro teste de bafômetro.
         Na Argentina os postos são chamados de estação de serviço e as borracharias de gômeria.

Chile:    O Chile é um exemplo quando se trata de transito, educação no trânsito e conservação das estradas. Respeite a sinalização de transito lá, caso você passe em uma preferencial, mesmo com o carro que está na preferencial longe, o outro motorista vai buzinar e te xingar.
       Quanto a polícia, nunca li um relato de alguém que tenha conseguido subornar um, então se for multado aceite a multa calado pra não arrumar sarna pra se coçar. Radares lá somente de mão, não vi outro tipo de controle de velocidade  nas vias.
        No Chile os postos são chamados de estação de serviço e as borracharias de vulcanizacion.

Peru:     O trânsito lá é coisa de maluco, não tem lei, parece que todo mundo faz o que quer. Os sinaleiros tem contador decrescente de tempo para a abertura do sinal e quando marcar 2 segundos é bom arrancar para que não batam em tua traseira ou levar buzinaço. Lá a buzina é muito usada, pra tudo, acredito que se não tivesse buzina nos carros e nas motos ninguém comprava. Diferente do Brasil, quando um caminhoneiro quiser indicar que a pista está livre para ultrapassar ele vai dar seta como se fosse virar a esquerda, mas é bom não confiar muito neles. Nas rodovias do interior é bom ficar atento a vacas, lhamas, porcos, ovelhas e tudo mais que você conseguir imaginar de animais domésticos na rodovia. Eu encontrei vacas no meio da rua a mais de 4000 metros de altitude. Motos não pagam pedágio.
         Falam que a polícia de lá é corrupta como a argentina e a boliviana, porém também não fui molestado por eles, pois não tinha motivos para me morderem, fui parado algumas vezes e sempre com respeito. Radares lá eu não vi nenhum, mas a polícia caminera deve ter. Motos lá estacionam como no Brasil, nas cidades maiores como Cusco tem áreas próprias para motos.
            No Peru os posto de gasolina são chamados de grifos e a gasolina também é vendida em casa e mercearias. A medida usada é o galão que é equivalente a 3,79 litros. E as borracharias de lhanteria.

Bolívia:   É tudo como no Peru, trânsito sem lei, irão te parar várias vezes nas rodovias, tem vários postos onde param quase todo mundo. A polícia tem fama de corrupta e de morder os motociclistas então é bom estar atento para não ser pego fazendo alguma coisa errada pois a lei de trânsito talvez não tenha valor pra quem more lá, mas pra que estiver viajando por lá ela pode valer. Lá os policiais rodoviários tem radar e se você for pego com menos de 100 bolivianos dá pra deixar a multa de lado, conforme me falou um catarinense que foi pego de carro acima da velocidade lá.
            A gasolina também é vendida na medida de galão como no Peru. 

Uruguai:   O trânsito é similar ao brasileiro, só os policiais rodoviários tem radares e eles usam mesmo, vi vários carros sendo parados por policiais com radares nas mãos.



Idioma

Apesar de nunca ter tio aula de espanhol consegui entender quase tudo e me fazer entender a maior dificuldade é com o nome das coisas, muda tudo e principalmente as comidas o que me fez por vários dias ficar só no arroz com batata frita e frango assado que é que eu conhecia. Ajuda bastante levar um dicionário no celular para traduzir ali na hora o cardápio e não pedir uma comida estranha como eu já pedi uma vez uma pizza de abacate.
 
Dinheiro

Levei em dólares eu fui trocando nas aduanas, exceto na entrada da Argentina porque sabia que o cambio é mais favorável em Buenos Aires, na aduana de Tacna não achei onde trocar, troquei na cidade de Tacna.
Na próxima levarei em reais, pois em todas as fronteira fazem  o câmbio de reais para a moeda do país e no caso de sobrar dinheiro da viagem não é necessário fazer o câmbio novamente de dólar para real. No meu caso nesta viagem sobraram U$300,00 comprados a R$2,75 e foram vendidos a R$2,58, então esta é uma perda a ser evitada. Mas ainda assim é recomendável levar uma pequena quantidade em dólar para o caso de precisar trocar em cidade pequena onde o cambio do real pode ser mais difícil, só pra quebrar o galho mesmo.



Ao receber nota de valor equivalente a R$20,00, R$50,00 e R$100,00 é bom dar uma olhada para  ver se não é falsa, pergunte como saber se é falsa na casa de câmbio. Peguei uma de 50 soles em um posto de gasolina no Peru e quando fui usar em Cusco tive a surpresa, assim tenho mais uma para minha coleção de notas que tenho, infelizmente a primeira falsificada.


Não tinha marca d´água e a impressão não tinha relevo.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

24° dia Campo Grande-MS a Guaramirim-SC 1189km


         Comecei este dia sabendo que dormiria em casa, é uma grande jornada quase 1200km em um dia mas a vontade de chegar em casa é maior, saindo as 8:00 eu pretendia chegar em casa lá pelas 2:00 da manhã. Mas na divisa MS/SP pouco antes de chegar no rio Paraná a correia arrebentou, com 24366km rodados, o manual recomenda a troca com 24000km. Bem calculado.
          Debaixo de um sol escaldante as 13:00 horas empurrei a moto por 1km até a PRF e lá o policial me emprestou sua caixa de chaves para eu ver se conseguia retirar o variador e a embreagem, mas não consegui. Então pedi para o policial chamar alguma oficina para buscar  a moto e fazer a troca, meia hora depois chegou o mecânico e voltamos a Bataguassu, onde está localizada a oficina dele.

      A troca foi rápida e cara, R$90,00 pela troca da correia que eu tinha levado junto e os 10km de socorro. Feita a troca voltei pra estrada, depois de 2 horas perdidas.

Ponte sobre o Rio Paraná

Segui por SP até a divisa com o PR, Ourinhos, o sol estava se pondo, procurei uma padaria, comprei uns lambiscos e segui em direção a Ponta Grossa onde cheguei a meia noite e abastecendo em um posto encontrei um colega que mora em Guaratuba e estava viajando também. Passei Curitiba e descia serra, cheguei em casa as 4:30, inteiro, ainda podia rodar mais uns 500km, sem sono nem muito cansaço. Tomei um banho e fui pra MINHA CAMA, terminando assim mais esta aventura e já pensando na próxima.

23° dia Cuiabá-MT a Campo Grande-MS 804km


Dia 11 de janeiro de 2015

       Este dia começou as 8:15 e terminou as 20:30, foi só estrada, paradas somente para abastecer e outro self service, desta vez por R$15,00. 


 Pra não deixar de ser diferente dos dias anteriores, muito calor, chuva várias vezes ao dia e muito calor na barraca. O dia terminou com 804km rodados.


22° dia Vilhena-RO a Cuiabá-MT 741km

Dia 10 de janeiro de 2015

          Este dia começou as 7:00 horas, tomei a estrada e logo entrei ni estado do Mato Grosso, e vi que o mato era grosso mesmo em alguns lugares, desde o Acre aqui foi o primeiro lugar onde a selva tomou os dois lados da rodovia, uma selva densa e alta, porém não demorou a aparecer as pastagens e fazendas novamente.


        Parei para almoçar em outra churrascaria, porém hoje a R$17,00, se a cada dia eu pagar R$2,00 a mais isso vai ficar caro, tenho que chegar em casa logo. kkk.
         No anel viário de Cuiabá a estrada está muito ruim, sem buracos mas com muitos recapes que até parecem buracos invertidos. Uns 30km depois achei um lugar para acampar na pista que esta sendo construída ao lado para a duplicação da rodovia, eram 19:30 e eu tinha rodado 741km neste dia.

21° dia Porto Velho-RO a Vilhena-RO 696km


Dia 9 de janeiro de 2015

        Peguei a estrada já passando da 7:30, hoje meu objetivo é acampar no Mato Grosso. Esta região é monótona, fazendas e pastagens sem fim, nada pra fotografar. Conforme fui me afastando do Acre a gasolina vai ficando mais barata, pelo jeito até em casa, se continua baixando assim, vai estar de graça. kkk. O clima continua como no Acre, chuvendo várias vezes por dia e um calorão infernal.

 

Parei para almoçar em uma churrascaria, self serviçe por R$15,00 com banho incluso, muito bom nesse calorão. Depois continuei andando até as 19:30, fechei o dia com 696km rodados.


20° dia Brasiléia-AC a Porto Velho-RO 638km


Dia 8 de janeiro de 2015

        Acordei as 6:25 com intenção de dormir depois de Porto Velho, continuei pela BR 317 que está em um pouco melhor que o trecho do dia anterior, o único cuidado é que a cada 15 ou 20 km tem um buraco no meio da pista, daquele que se acertar em cheio entorta o aro e te joga no chão. Logo na primeira cidade parei em uma padaria e comprei um tipo de pão doce muito gosto e barato, foi o meu café da manhã. Depois segui com cuidado até pegar a BR 364 já perto de Rio Branco, ai sim a estrada ficou boa, pude ir curtindo a paisagem sem medo. Perto do meio dia parei em uma churrascaria para almoçar, tinha um sejf service "da hora", comida gostosa e barato, R$13,00. Comi até a barriga ficar dura. 


 Esperando a balsa para cruzar o rio Madeira


       Na vegetação da pra ver uma faixa escura até certa altura, esta faixa foi a marca que ficou com a enchente que deu no ano passado e deixou por mais de 30 dias tudo alagado por aqui. Sobre esta estrada tinha mais de 1,5 metro de água.

 Uma ponte que sobrou da ferrovia Madeira-Mamoré


Tinham bastantes animais mortos pela estrada, mas esta cobra me fez para pra ver.


 Depois de passar por várias chuvas durante o dia, que só faziam refrescar o calor, chegou o entardecer com tempo bom e ótimo pra acampar, parei as 19:00 horas com 638km rodados. Depois de entrar na barraca é que começa o sufoco, fico só de cueca e me encharco de suor, quente demais a noite.

19° dia Marcapata - Peru a Brasiléia - Acre 647km


         Este dia foi só estrada como os próximos até chegar em casa, foram poucas fotos, a cordilheira ficou pra trás, os desertos e sítios arqueológicos.

          As estradas do Peru nesta região estão boas, tem bastante postos de gasolina(Grifos) e muitas lombadas nas vilas as margens da rodovia, pode-se ver também como a Amazônia peruana está conservada, uma pequena faixa as margens da rodovia foi derrubada.
         Passei por várias vilas e em quase todas tem polícia na rua, pra minha sorte não me pararam. Em Porto Maldonado entrei na primeira entrada antes da cidade e cortei por dentro da cidade, já que nas entradas das cidades sempre tem polícia, levei sorte, passei por lá também, agora até o Brasil falta pouco.

Cachoeira no lado peruano, tinham várias nas montanhas

Parei perto do meio dia em um "restaurante" em uma dessas vilas o almoço do dia custava R$6,50, sopa de carne no primeiro prato e no segundo, arros salada e Pacú frito, a surpresa deste almoço foi encontrar um cabelo no fundo do prato de sopa. O que não mata engorda.  kkk
Consegui chegar na aduana sem sem parado, logo economizei U$30,00 com o SOAT. Da próxima vez faço para mais dias, andar com medo não é bom. Cheguei na aduana e fiz a saída da moto e fui para a imigração fazer a minha saída do país, nisso acabou a luz, meia hora de espera num calor infernal até que a luz voltasse, ai mais meia hora e tudo certo, posso ir pra casa. Fui na casa de câmbio/banquinha e troquei os últimos soles por reais e fui tomar um banho, já estava na hora...  E também pra dar uma refrescada.


 A chegada no Brasil sempre é muito bom, agora eu já estou com um pé dentro de casa, faltam só 3900km. Cheguei no primeiro posto que achei e fui abastecer a R$3,60 o litro e continuei pela BR 317, em péssimo estado, andando a 70km/h segui até o fim do dia.


        Faltando meia hora para o sol se por comecei a procurar lugar para acampar e não achava. Parei em uma fazenda as margens da rodovia e perguntei se poderia acampar no pasto ou em qualquer outro lugar, imaginando que nunca alguém ia negar isso, e a dona da fazenda, uma velhinha de uns 70 anos nem saiu de dentro de casa, falou comigo pela janela, olhou para os lados e disse: "Pois é... o meu terrenos é grande, mas ta tudo cheio de mato..." Como não sou de ficar implorando nada pra ninguém só falei: "Beleza!", virei as costas e fui embora, tinha bastante lugar no patio da casa ela, tinha um galpão e o pasto não tinha mato. Já sem sol entrei em uma estrada de barro e depois de uns 500 metros achei um lugar legal onde foi feita uma terraplanagem e ali mesmo acampei, já eram 19:00 horas, neste dia foram 647km rodados.
      Fiquei de cara com a receptividade dos brasileiros, na Argentina acampei, em outra viajem, ao lado da cerca de uma fazenda e o dono veio e me perguntou se eu não queria colocar para o lado de dentro, neguei porque tinha que desmontar tudo, era muita função, voltei a dormir  e depois de uma meia hora o cara me aparece com um prato com pasteis e refrigerante. E a brasileira me nega assim sem vergonha na cara de eu acampar no terreno dela. Decidi não pedir mais se precisasse novamente nesta viajem.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

18° dia Cusco a Marcapata 217km


Dia 6 de janeiro de 2015

         Hoje é dia de começar a voltar, mas não antes de visitar algumas outras ruínas. Como eu tinha planejado para hoje visitar as ruínas que faltavam e procurar onde fazer o seguro em cusco, acordei as 8:25 e fui para o centro de Cusco procurar uma corretora. Fui no balção de informações turísticas e me indicaram 2 lugares. Nos locais foram me informando outros lugares e fui andando de lugar em lugar até encontrar ao escritório da La Positiva, a mesma que eu tinha feito na fronteira e novamente a mesma informação de Urubamba, só pra 30 dias. Decidi continuar procurando outra corretora e caso não achasse iria sem mesmo, contando que a propina que teria que pagar pra polícia seria menor que U$30,00. Rodei por lá até as 11:45 e em todas que eu fui faziam apenas para moto peruana. Depois de tantas negativas e com o seguro vencido decidi tentar a sorte e peguei o caminho pra casa que é pelo Vale Sagrado por aonde ainda visitaria as últimas ruínas, parei em uma lanchonete ainda no centro de cusco que tinha uns preços chamativos e pedi meu prato de R$6,50.
Muito bom, arroz com presunto misturado, aipim, frito, batata recheada com um ovo cozido inteiro e um pimentão a milanesa recheado com carne moída bem apimentada.


Cheguei nas ruínas de Sacsayhuaman, presentei meu bilhete e fui as ruínas, não tinha muita gente lá por ser hora do almoço andei por lá tudo e quando já estava indo embora, eis que chega um grupo de brasileiros com guia. Voltei e acompanhei meio de longe o grupo para pegar as informações  e entender o que eram aquelas ruínas. 




 A praça das armas lá em baixo em Cusco

 O grupo de brasileiros



    Visto o que tinha pra ver fui até a próxima ruína, Tambomachay, esperei um grupo chegar e acompanhei, desta vez um grupo de italianos com guia falando em italiano, entendi pouco do que  o cara falou mas já deu pra ter uma ideia do que era. Para entrar neste sítio custa R$70,00, não vale a pena se for pra ver somente ele, por isso vale a pena pegar o ticket para todos que custa R$130,00 e você tem 10 dias para usar ele.





      Feitas as visitas que faltavam segui em direção a Urcos e peguei a Estrada do Pacífico que me leva de volta ao Brasil. É uma estrada muito bonita cortando a cordilheira levando algumas vezes acima dos 4000 metros. Sai com com tempo nublado, como em todo o tempo que estive em Cusco e região, sabendo que logo pegaria uma chuva, já me "encapei" e continuei pela bela estrada.
Belo visual do início, pelo menos pra mim, da Estrada do Pacífico



        Chegando perto do ponto mais alto da travessia a chuva que já me acompanhava por uns 50km virou neve em virtude do frio. Eu com preguiça de colocar a luva chequei até aqui com os dedos dormentes de frio e os pés também, porém quando começou a neve até esqueci o frio, estava nevando forte, bem diferente do que estava no Cristo Redentor, registrei o momento e comecei a descida, que é linda, mas com todo cuidado, pois a pista poderia estar com gelo e o tombo seria certo, e a viseira levantada fazendo estalactites de gelo.

E olha a neve se acumulando na capa

       Continuei descendo e vi um restaurante que servia truta frita, parei pra ver se anda serviriam, pois já era tarde, e não servia mais. A ideia era mais me aquecer que a fome. Continuei descendo e a chuva acabou e eu não acabava de descer, a temperatura já ficou bem melhor e o frio passou.

        No fim da tarde ao longe podia ser visto os picos nevados das montanhas, era a última vez que eu veria a neve na viajem.

Já quase anoitecendo acampei na beira do rio que acompanha a estrada, já eram 18:25 quando eu parei com 217km rodados no dia.